A convite do grupo A Família, no dia 27 de abril de 2008, por volta das vinte uma hora, um domingo, em que provavelmente estariam todos vendo o Fantástico, ou outro programa supostamente jornalístico, ou de humor na televisão. Uma rua da região de Sumaré, pequena cidade próxima a Campinas, interior de São Paulo, um evento levou as pessoas a quebrarem a rotina.
Rap, funk, samba-rock, colocaram as pessoas desta cidade, lembrada sempre pela fábrica ocupada pelos trabalhadores que dela fizeram sua vida e tornou seu cotidiano uma luta infinda e persistente, fora do estado de normalidade. Como a luta da Flasko (saiba mais), a reivindicação por cultura é também justa. É também uma luta pela vida.
Nós do H2P subimos ao palco por volta das vinte uma hora e trinta minutos e o que mais impressionou é à vontade de existir, eram jovens, senhores, senhoras e principalmente crianças, que puderam aproveitar por alguns instantes a existência da cultura, da arte.
A felicidade, sobretudo das crianças, era tamanha que nos impressionou, por vezes nos deparamos com isto e cada vez mais ficamos tocados com este estado de falta de arte. Se por um lado nosso trabalho é levar um sorriso por outro ele nos assombra. Talvez possamos levar a idéia de Hakim Bey mais a cabo e adiante e façamos uma greve para reivindicar a satisfação da necessidade de indolência e beleza espiritual.
(desculpe o deslocamento do verbo no terceiro parágrafo, mas, ele é absolutamente necessário para não perdermos o horizonte de que a vontade de existir “é” permanente)
Fotos - Pinga
